E DIZÊ-LO CANTANDO A TODA A GENTE

Neste E Dizê-lo Cantando a Toda Gente – Os Sonetos reunimos os sonetos que Florbela Espanca publicou em livro ou que parcialmente reviu antes de morrer, incluindo no mesmo volume o Livro de Mágoas, Livro de «Sóror Saudade» e Charneca em Flor, a que se junta Reliquiae. Em parte incompreendida na sua época por escrever sobre temas considerados então tabu, como o amor, o sexo e a paixão, Florbela era uma poetisa de uma notável habilidade técnica e estilística, usando o soneto com mestria para nos falar de coisas universais como o amor, a dor, a angústia e a solidão, explorando conflitos internos e as emoções intensas com que todos, mas principalmente os poetas, se deparam. Há em Florbela, escreve Jorge de Sena «dois aspectos de sedução poética: um, mais falível, ligado às imagens súbitas que encontra; outro, mais perene, menos sujeito às oscilações do gosto epocal e proveniente da nua e desassombrada simplicidade com que se queixa ou murmura)». Aos versos que emergem desta linha de sedução, chama Sena «versos rudos, de ritmo descendente, carregados de sentido que transcende as próprias palavras». E, por isso, disse Agustina Bessa-Luís que Florbela «é, sem dúvida, uma grande poetisa.»

Páginas	232
Data de lançamento	02-05-2023
Coleção	335
Autor	Florbela Espanca
Biografia	Florbela Espanca Nasceu em Vila Viçosa, em 8 de Dezembro de 1894 e é uma das mais importantes poetisas portuguesas. Para que Bela frequentasse o Liceu, como uma das primeiras mulheres em Portugal, a sua família mudou-se para Évora. Aí, toma contacto com as obras de grandes autores, como Balzac, Alexandre Dumas, Almeida Garrett, Teófilo Braga, entre outros. Sendo acima de tudo poeta, a verdade é que Florbela Espanca escreveu também contos, deixou um diário e assinou a tradução de alguns romances, tendo ainda escritos em revistas e jornais. Em 8 de Dezembro de 1913, casa com Alberto Moutinho. Nessa altura, envia a Raul Proença a sua antologia Primeiros Passos e, apesar de Florbela achar as suas críticas duras, será Raul Proença quem lhe editará o seu primeiro livro, Livro de Mágoas (1919). Divorcia-se a seu pedido – raro para a época – e, em 1921, casa-se com António Guimarães. Dois anos depois, publica o Livro de «Sóror Saudade» (1923), que recebe variada atenção da crítica. Volta a divorciar-se, em 1925, e nesse mesmo ano casa com o tenente e médico Mário Lage. Continua a colaborar com jornais e revistas e começa a fazer traduções. Em 1930, conhece Guido Battelli, que a estava a ajudar a publicar o seu último livro Charneca em Flor, ficando depositário desse e de outro espólio após a sua morte, em Matosinhos, no dia 8 de Dezembro de 1930. Marca a história da literatura portuguesa do século XX, sendo, como afirmam Óscar Lopes e António José Saraiva «uma das mais notáveis personalidades líricas isoladas, pela intensidade de um emotivo erotismo feminino, sem precedentes entre nós, com tonalidades ora egoístas ora de uma sublimada abnegação que ainda lembra Sóror Mariana, ora de uma expansão de amor intenso e instável».
ISBN	978-989-702-952-3
Categoria	Ficção
Sub-categoria	Literatura
Sub-subcategoria	Clássica